Gosto literário, por que julgá-lo?

O termo já diz tudo: gosto literário. Gosto é gosto, se texto e leitor se encontram na construção de um sentido, não há lógica julgar esse prazer estético. Claro, parte-se do principio que a todo instante, julgamos e somos julgados na convivência social, mas quem disse que isso é de fato legal?

O que nos leva a escolher um livro, uma obra, um autor? Indicação? Estudo? Prazer com a leitura? "Fama" da obra ou do autor? Diversão? Curiosidade? Como seria ter vontade de ler algo e fazer isso escondido por este livro não ser considerado adequado por alguns "pares" ?

Cada leitura passa por uma escolha, e, querendo ou não, nossos sentimentos, experiências, vivências, conhecimentos e gostos estão ali no que nos encanta,  repele, atrai ou surpreende a cada página.

Julgar o gosto literário de alguém seria julgar a própria pessoa, bem diferente de não gostar de determinada obra ou autor e, inclusive expor essa opção, o  juízo de valores sobre o que toca ou não um leitor é também desvalorizar quem gosta deste ou daquele gênero, e isso passa por um ego um tanto exacerbado. Talvez, intolerância.

Mas não somos proprietários dos sentidos que o outro constrói para si no envolvimento literário. Porque ler é, principalmente, ser livre.

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