fotograma II
Tânia Souza
uma mulher dorme na varanda
no aconchego da rede
o útero o lago o morno abraço
dorme no embalo amniótico da tarde
redemoinhos de agosto
trazem sacis viajantes e ela dorme
no sonho da mulher a tarde arde
louças e panelas dançam sobre a pia
dia à revelia, fina rebeldia
hoje, não tem jantar
e quando lua bonita vier
uma mulher desperta Outra
Do meu livro "Entre as rendas dos ossos e outros sonhos desabitados" Editora Venas Abiertas na 2ª Coleção Mulherio das Letras
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