Que serventia?

 


apalpa
os desvãos da memória

desvenda
devagar)
as garatujas da terra

torna palavra
musgo moldura das eras

estamos no abismo dos dias
há que se ver
sementes de quês,
habitam o Lá

não são tempos de pétalas
é preciso
um nascedouro de rochas
na pele rígida e fria das pedras
coração - encouraçar

desfia da paisagem
esse fio de distopia
trans-bordando realidade

bêbeda entropia
amniotica maresia

há que se encontrar coragem
desponta logo já - um novo dia

coragem
há que se encontrar

que vem logo ali
um novo dia

engole depressa
teu choro
tua poesia

que serventia?

Tânia Souza

#mulheriodasletras
#poesia
#literaturaMS

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