Das palavras e outras pequenas sobrevivências

Poesia de Tânia Souza 

















todos os dias me acorda na madrugada
uma tristeza breve
ainda que pese
e finja-se leve

tristeza d'alguma dor guardada
de nome não dada

me dou bom dia e pergunto:
- o quê?

o que me dói assim
e tem pressa em me dizer
estou aqui
logo ao amanhecer?

que fique ela
dor esquisita/esquecida
n'alguma gaveta do ser
e que se confunda
com dor na garganta, 
gastrite
... ecoe músculo triste

ao beijo do dia
me acolhe no espelho
sorriso subversivo
teimando cores de sobreviver

é 2020 e estamos no Brasil
escrevo uma canção de ninar para a dor não dita
enquanto passo um café





Nenhum comentário:

Postar um comentário